sábado, 29 de agosto de 2009

Conhecendo a Vizinhança


Depois de muita expectativa, o quadro Conhecendo a Vizinhança está de volta na sua segunda edição (desde o retorno do blog) trazendo uma entrevista com uma multi-blogueira que escreve para seis blogs, além de ter o seu, que leva o próprio nome.

Algumas respostas polêmicas, sinceridade e o brilho que só o toque feminino é capaz de dar foram os principais ingredientes dessa entrevista ansiosamente aguardada por esse que vos escreve. Espero que seja do agrado de todas. Confiram o bate-papo virtual com Jessica Corais de Aguiar, ou simplesmente, Jessica Corais, a multi-blogueira da blogosfera:

Quais são os blogs que você escreve? E como você acabou fazendo parte de todos eles?

Atualmente sou colaboradora do Blog O Sentimento Não Para, um blog vascaíno, Futeblog e Blog do PP. Mas possuo 2 blogs: O Resiliente Sempre, que é um blog de frases e pensamentos, e o Por Jessica Corais.

Tudo começou em fevereiro de 2009 com Carlos Junior, dono do Blog O Sentimento não Para. Ele divulgou o blog num fórum vascaíno, mas eu nunca gostei de blogs. Jamais tinha visitado um, mas aquele blog me chamou a atenção por ser novo, porém com um grande potencial. Acabei adicionando o Carlos no MSN e logo em 5 minutos de conversa entrei no blog.

Já nos outros, o mesmo Carlos Junior me pediu para adicionar no MSN um chat de blogueiros (Chat Blogs Futebol Clube). Nunca tinha adicionado um chat no MSN, mas mesmo assim, adicionei. A partir disso, surgiu os convites para escrever em outros blogs.



Quais são os blogueiros em que você se espelha?Por quê?

Apesar dos vários trabalhos, sou nova neste “mundo” dos blogs rs. Não tem um blogueiro especifico que me espelho, mas conheci pessoas incríveis e que escrevem muito bem. O que eu tento ter é somente: 10% da forma precisa de escrever de Wilson Hebert, com uns 10% do humor nos posts de Carlos Sena, com mais 10% da forma direta de escrita de Leonardo Resende e mais 10% das boas idéias de Carlos Junior... Se eu tivesse somente esses 10% de cada um, já estaria satisfeita.

Qual o tema você mais gosta de escrever? Quais suas fontes e inspirações para escrever seus textos?

Acho que minha inspiração é a paixão pelo esporte. Sobre o tema, não tenho um que mais goste, pois adoro todos. Penso assim, se almejo me tornar uma boa jornalista, tenho o dever de saber sobre diversos esportes. Por exemplo: não importa se eu não goste de campeonato alemão, se eu escrevo sobre ele no meu blog, é o meu dever me informar sobre o mesmo e acompanhá-lo.

Lógico que tenho preferências por um campeonato ou outro, porém como profissional, é o meu dever acompanhá-lo. Sou daquele tipo que assiste a tudo, lê tudo e vê tudo, claro sempre que posso. Dedicação e profissionalismo, mesmo que seja em um blog pessoal, onde só você escreva, é fundamental.

Entre tantos posts, pra tantos blogs, você consegue escolher um como aquele que mais te marcou?

Nossa, foram tantos (risos), mas tiveram dois que eu considero muito especiais.

O primeiro foi para o Blog O Sentimento não Para, quando todos queriam dar a notícia de que o contrato do Carlos Alberto já tinha sido publicado no BID da CBF. Passei de meio-dia até 7 horas da noite atualizando o tempo inteiro o site da CBF, tudo para dar a notícia em primeira mão. Resultado, antes de todos os outros sites, eu dei a informação primeiro. Agora para isso ter acontecido, tem um truque, mas isso eu não posso contar (risos).

Os outros que me marcaram, são todos que requer de mim muita pesquisa, estes são especiais. Só para citar, teve um post que eu fiz sobre a pontuação que os times precisavam para chegar a Libertadores, para ser campeão e para escapar do rebaixamento. Passei muito tempo fazendo ele, deu muito trabalho, porém a felicidade depois vê-lo pronto e todos elogiando, pra mim é o mais gratificante.

O que você dá mais importância nos blogs? E por quê?

Blogs que emitem informações e não somente opiniões. Acho que o dever do blogueiro é informar ao leitor, e assim, ajudá-lo a construir sua própria opinião.

Lógico que é valido opinar sobre determinado assunto. Mas eu tenho que ter consciência de que a minha opinião pode ser diferente do leitor do meu post. Então eu tenho que informar o meu leitor e não obrigá-lo a concordar comigo.

Acho que este é o verdadeiro dever de um bom blogueiro.

E o que você tem a dizer, a respeito daqueles blogueiros que vão em outros blogs APENAS para deixarem o endereço do próprio blog, fazendo divulgação e nem sequer comentam o post do blog que está visitando?

Sinceramente, sou do seguinte pensamento: O que você não quer que façam com você, então não faça com os outros.

Nenhum blogueiro gosta, ou pelo menos eu acho, de receber um comentário somente com o link do blog do visitante e um comentário daqueles “vi, mas não li absolutamente nada do que você escreveu”.

Acho muito complicado, agora a tática é: Se você quer receber comentários bacanas, então faça comentários bacanas.

Desde que você faz parte da blogosfera, qual a melhor e a pior situação ocorrida em seus blogs e/ou em algum outro blog?

Tive muitas coisas boas. Quando alcanço o objetivo que traço para um post, fico muito feliz, é a sensação de dever cumprido. Por trabalhar em vários blogs, tenho vários objetivos diferentes. Alguns posts, por exemplo, a meta é que eles sejam publicados em outros sites, já em outros casos, a meta é receber comentários e muitos outros são apenas para levar as pessoas os meus conhecimentos.

Agora o pior momento foi quando um garoto falou para mim que eu não poderia trabalhar em blog nenhum, pois mulher não entende de futebol.

Liste agora pra gente, os sete melhores blogs na sua opinião.

Nossa, escolher 7 é muito difícil e espero não perder alguns amigos depois dessa lista (risos). Brincadeira, mas vamos lá:

Rio Futebol
Futebol, música, etc
Loucos por F1
Blog do Futebol +
Maldita Futebol Clube
Papo de Bola
Fut-F1

Não poderia de terminar esta entrevista, sem agradecer ao Wilson Hebert pelo convite e apoio, além de todas as pessoas que de alguma forma, participaram e participam desta minha "carreira" nos blogs.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Futebol Recordação: Palmeiras campeão brasileiro de 1973.


Antes de tudo é obrigação pedir desculpa ao leitor do blog Pitacos do Bodaum por essa semana toda de inatividade, já que alguns imprevistos impediram a publicação dos outros quadros do blog.

E se no post passado agradecemos ao Peixe do Esporte Total BH pelo incentivo ao Futebol Recordação, nessa dobradinha do Palmeiras vamos agradecer ao blogueiro e palmeirense Esron do blog Esporte Revizuiri pelos elogios e palavras de apoio para esse quadro que tem como objetivo relembrar acontecimentos históricos do nosso esporte bretão.

E sem nenhum esforço para suspense, já deixamos claro que mais uma vez vamos tratar de um título do Palmeiras, que foi o primeiro time brasileiro a ganhar dois campeonatos brasileiros seguidos. No post passado (logo abaixo) você viu a conquista de 1972 e nesse, você verá a de 1973.

Palmeiras campeão brasileiro de 1973



O Verdão sofreu poucas mudanças no time desde o título de 72 até a consagração em 73. Com um entrosamento muito próximo do ideal, com jogadores que já se conheciam bastante, a defesa foi o grande destaque da equipe na campanha, que até então havia batido o recorde de menor média de gols sofridos dentre os campeões do futebol brasileiro. Foram apenas 0,3 gols por jogo, menos de um gol a cada dois jogos.

Fatos curiosos: A farra, o primeiro doping no futebol brasileiro e o fim, apenas no ano seguinte.

No ano anterior a política já havia exercido influência sobre a CBD para o ingresso de mais equipes nordestinas. Pois bem, parece que os tenentes e coronéis da Ditadura Militar não ficaram satisfeitos com a manobra da Confederação para “se livrar” dessas equipes (relembrar no post abaixo) e exigiu que o campeonato que de fato era o nacional, fosse mais nacional.

Daí então o que chamamos de “farra” na história do Campeonato Brasileiro. A quebra de um recorde. QUARENTA times passaram a fazer parte do Campeonato Brasileiro. A série B foi simplesmente apagada dos acontecimentos futebolísticos nesse ano. Tínhamos seis times paulistas, seis da Guanabara (RJ), três de Minas e Pernambuco, dois do Rio Grande do Sul, da Bahia, do Ceará, do Paraná, do Amazonas e do Pará. Os Estados do Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás, Manaus, Piauí e até mesmo Brasília, a capital do país, tinham um representante nesse torneio, digamos, obeso.

Com tudo isso, não tinha como ser diferente. Apesar do torneio ter começado no dia 25 de agosto de 1973, ele só foi terminar em fevereiro do ano seguinte.

* Nosso leitor pode, nesse momento, pensar: mas que diabos a Ditadura Militar tinha a ver com a organização do Campeonato Brasileiro? Pra que ficar aumentando assim o número de times participantes?

Vale lembrar que o futebol foi uma ferramenta de alienação do povo usado pelo governo militar, voltando suas atenções para diversão enquanto outros problemas graves do país caíam no esquecimento da sociedade. Deu certo na conquista brasileira da Copa do Mundo de 1970. Quiseram fazer o mesmo com as edições do Campeonato Brasileiro.

Outro fato curioso foi o primeiro caso de doping no futebol brasileiro. Após a partida entre Atlético-MG e Vasco, que aconteceu no Mineirão e foi vencida pela equipe mineira por 2 a 1, o atacante Campos, autor dos dois gols do Galo, foi pego no exame anti-doping por ter consumido a substância proibida efedrina. Segundo o jogador, o remédio ingerido foi em decorrência de um tratamento dentário. Mesmo assim o atleta foi condenado pelo STJD.

Regulamento

Dentro de um campeonato com 40 clubes, aconteceram vários mini torneios. A primeira fase teve dois turnos. No primeiro, os times foram divididos em dois grupos, ou seja, 20 pra cada. Esqueçam a posição na tabela dessas equipes e pensem apenas nos pontos somados. Com isso, dividiram essas equipes em quatro grupos, ficando cada um com dez times. Com esses dois turnos da primeira fase, aí sim, fizeram uma classificação geral. Os vinte melhores avançaram para a segunda fase.

Na segunda fase foram dois grupos. Dez times cada. Turno único. Os dois melhores de cada grupo passaram para o quadrangular final. Foram eles: Palmeiras, São Paulo, Internacional e Cruzeiro (dessa vez não tinha o Botafogo para ser vice, já que a posição final do alvinegro carioca foi apenas o nono lugar).

A grande final

Cruzeiro e Internacional tiveram as piores atuações nos jogos finais. Cada um só venceu apenas um jogo. O inter ganhou do Cruzeiro, que por sua vez venceu o São Paulo.

E esse quadrangular contou com três rodadas e foi justamente na última que se enfrentaram os melhores times da fase final.



No ano anterior, São Paulo e Palmeiras brigaram até o último instante pelo título de campeão paulista. Em 1973 essa rivalidade ficou bem mais intensa. O título mais importante do país estava entre os dois tradicionais adversários do Estado de São Paulo.

O time alviverde tinha um setor defensivo composto pelo goleiro Emerson Leão e pelos defensores Eurico, Luis Pereira, Alfredo e Zeca. Essa defesa foi eleita naquele ano a melhor do país disparado. E com muita segurança e categoria conseguiu segurar bem as boas investidas do ataque rival, que tinha Zé Carlos, Mirandinha e Piau.

Com isso o placar não saiu do 0 a 0. Com a vantagem da melhor campanha, o Verdão comemorou pela segunda vez consecutiva o título de campeão brasileiro. Os torcedores, mesmo tendo total confiança no time, não acreditavam no que acontecia, pois momentaneamente, aquele acontecimento no dia 20 de fevereiro de 1974 em pleno estádio do Morumbi, casa do rival, representava uma hegemonia no futebol brasileiro. Em três edições do Campeonato Brasileiro, duas haviam sido conquistadas pelo time do Palestra Itália. A partir daí, muita gente já apontou o Palmeiras como candidato ao caneco, também em 1974.

Dados do jogo final

Palmeiras 0x0 São Paulo
Local: Morumbi (SP)
Juiz: Arnaldo César Coelho (RJ)
Renda: CR$ 997.860,00
Público: 66.549 espectadores

Palmeiras



Em pé: Eurico, Leão, Luis Pereira, Alfredo, Dudu e Zeca.
Agachados: Edu, Leivinha, Cesar, Ademir da Guia e Nei
Técnico: Oswaldo Brandão.

São Paulo: Valdir Peres; Forlan (Nelson), Paranhos, Arlindo e Gilberto; Chicão e Pedro Rocha; Terto, Zé Carlos (Ratinho), Mirandinha e Piau.
Técnico: José Poy

Campanha do Campeão

Foi um verdadeiro recorde. Nenhum time no país tinha jogado tantas partidas até chegar ao título de campeão brasileiro. Em 40 jogos, o Palmeiras venceu 25, empatou 12 e perdeu apenas três. O mais incrível desse time foi no quesito gols feitos e gols sofridos. Uma goleada de comemorações para seus torcedores com 52 gols marcados e apenas 13 sofridos.

Jogadores que fizeram parte da campanha

Goleiro: Leão e Raul Marcel
Laterais: Eurico e Zeca
Zagueiros: Alfredo, Celso, João Carlos, Natálio e Polaco
Meio Campistas: Ademir Da Guia, Dudu, Edson e Zé Carlos
Atacantes: Careca, César, Edu, Fedato, Leivinha, Mario, Nei, Pio e Ronaldo
Técnico: Oswaldo Brandão.

Abaixo uma foto da sala de troféus da Sociedade Esportiva Palmeiras que ganhou dois troféus de peso no início da década de 70.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Futebol Recordação: Palmeiras campeão brasileiro de 1972


O quadro Futebol Recordação está de volta com a sua segunda edição. Como na semana passada falamos da conquista do Atlético-MG de 1971, hoje falaremos do título de 1972 conquistado pelo Palmeiras.

Mas antes de tudo, gostaria de agradecer a galera blogueira que recebeu esse novo quadro do Pitacos do Bodaum de braços abertos. Em especial vai aqui um agradecimento ao amigo blogueiro André Peixoto, conhecido no Chat Blogs Futebol Clube como Peixe, que deu total apoio ao novo quadro se mostrando, logo de cara, um fã da série de postagens sobre os campeões de todos os Campeonatos Brasileiros. Ele faz parte dos postadores do blog Esporte Total BH, aliás, um blog muito bom, atualizadíssimo e que vale a pena a sua visita.

Palmeiras campeão brasileiro de 1972



Após o Brasil ver os mineiros (a parte atleticana) comemorarem o primeiro título brasileiro do Galo, foi a vez dos paulistas (a parte palmeirense) soltar o grito de “é campeão!”. Naquele ano, o time do Palestra era conhecido entre torcedores e imprensa de “A Academia”.

E não foi apenas no Campeonato Brasileiro daquele ano que os palmeirenses comemoraram um título. No Campeonato Paulista de 1972, o Verdão se sagrou campeão invicto. O vice-campeão paulista, São Paulo, também terminou o torneio sem perder nenhuma partida.

Fato Curioso

Diferente do que aconteceu no ano anterior, o regulamento do Brasileirão já apresentava certa organização desde o início. Mas nem tudo foram flores. A política começava a exercer forte influência sobre o campeonato mais importante do país. Do jeito que as coisas funcionam no Brasil, isso não poderia demorar a acontecer...

Outros Estados, na figura das suas autoridades, faziam questão de receber jogos do Brasileirão 1972 e, além disso, terem seus representantes. Naquela época, a questão do rebaixamento e da conquista dentro de campo de jogar a divisão acima, não era muito respeitada.

Portanto, aconteceu aquilo que podemos chamar, entre aspas, de “diplomacia”. Seis equipes passaram a integrar a elite do futebol brasileiro. Se em 1971 o campeonato foi disputado por 20 clubes, em 1972 esse número subiu para 26. Um segundo clube baiano foi convidado, além de um amazonense, um paraense, um alagoano, um sergipano e um do Rio Grande do Norte.

* Até mesmo contando histórias sobre futebol, é possível perceber a força política do Norte-Nordeste no Brasil em anos de Ditadura Militar.

Regulamento

Com 26 clubes, não seria tão fácil elaborar um regulamento coerente e matematicamente redondo. As equipes foram dividas em quatro grupos. Dois contavam com seis clubes e os outros dois, com sete. Os quatro primeiros colocados dos grupos, passariam para a segunda fase.

Aí sim a situação ficou mais “correta”. Com 16 clubes, foram organizados quatro grupos com quatro times cada. Os campeões de cada chave passariam às semifinais.

O vencedor de cada jogo passaria para a final. Aqueles que chegassem a essa etapa do Campeonato com o maior número de pontos nas fases anteriores, levaria a vantagem do empate.

* Há quem diga que a primeira fase do campeonato foi feita apenas para acertar a quantidade de times para a segunda fase. As más línguas, dizem que cientes da fraqueza dos times convidados graças à influência política, a CBD fez a primeira fase para que esses times fossem eliminados, tornando a segunda etapa o verdadeiro Brasileirão de 1972. Coincidência ou não, as seis equipes politicamente convidadas, foram eliminadas na primeira fase.

A grande final



Os vitoriosos das semifinais foram Palmeiras e Botafogo. Mais uma vez o Fogão chegava à final do Nacional. A imprensa do Rio acreditava veemente que aquele era o ano do título nacional do alvinegro que apresentou Garrincha para o mundo. E de fato o time botafoguense era muito bom, contando com craques como Marinho Chagas, Carlos Roberto, Nei Conceição e Jairzinho.

Porém, do outro lado tínhamos jogadores como Emerson Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia e Leivinha.

O resultado desse confronto, em pleno estádio do Morumbi, só poderia ser um: um jogo complicadíssimo para ambos os lados. Jogadas belas, truncadas, ríspidas. Muita disputa, garra, determinação e vontade. Um dos vices do Brasileirão do ano anterior queria, enfim, conquistar seu título e o campeão paulista invicto queria fechar o ano com chave de ouro.

O Palmeiras havia chegado à final com a vantagem do empate. E como o jogo terminou 0x0, as ruas de São Paulo foram tomadas por uma multidão vestindo verde e branco que comemorava mais um título em 1972. A Sociedade Esportiva Palmeiras se sagrava campeão brasileiro pela primeira vez.

Dados do jogo final

Palmeiras 0x0 Botafogo
Local: Morumbi (SP)
Juiz: Agomar Martins (RS)
Renda: CR$ 649.445,00
Público: 58.287 espectadores

Palmeiras



Em pé: Eurico, Leão, Luis Pereira, Alfredo, Dudu e Zeca.
Agachados: Ronaldo, Leivinha, Madruga, Ademir da Guia e Nei.
Técnico: Oswaldo Brandão.

Botafogo: Cão; Valtencir, Brito, Osmar e Marinho Chagas; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Jairzinho, Fischer e Ademir Vicente (Ferreti)
Técnico: Sebastião Leônidas.

Campanha do Campeão

Em 30 jogos, o Verdão venceu 16 partidas, empatou 10 e perdeu apenas 4. Soltou o grito de gol por 46 vezes e lamentou gol do adversário por 19 vezes.

Jogadores que fizeram parte da campanha

Goleiros: Leão e Raul Maciel
Laterais: Eurico e Zeca
Zagueiros:Alfredo, João Carlos, Luis Pereira e Polaco
Meio Campistas: Ademir, Dudu e Madruga
Atacantes: Bio, Edu, Fedato, Leivunha, Nei, Pio e Ronaldo
Técnico: Oswaldo Brandão

sábado, 15 de agosto de 2009

Conhecendo a Vizinhança



O blog Pitacos do Bodaum traz mais uma novidade. Na verdade, se trata de uma volta triunfal. Um dos quadros mais movimentadores da blogosfera, o Conhecendo a Vizinhança está de volta. Porque vizinhança boa é aquela que todo mundo sabe tudo um do outro...

E dessa vez trazendo uma entrevista muito especial. Pedro Franco do blog Coxamor. Recém chegado na blogosfera, o Pedro, de apenas 15 anos, traz o blog mais atualizado da internet sobre o Coritiba.

Confira a interessante entrevista com o jovem blogueiro:

De onde e como surgiu o blog?
Fiz meu blog dia 28 de junho de 2009. Quando criei o Coxamor, pensei que iria largar já na primeira semana, mas acabei achando legal e estou postando há a mais de um mês e já consegui mais de 1600 visitas.



Quais são os blogueiros em que você se espelha?Por quê?
Vejo vários blogs sobre futebol, mas muito pouco sobre o Coritiba. Eu me espelho em vários e não apenas em um ou outro.

Qual o tema principal do seu blog? Quais suas fontes e inspirações para escrever seus textos?
Eu não tenho um tema específico para meu blog, mas gosto de falar sobre notícias, jogos e contratações a respeito do Coritiba. O site Coxanautas é uma fonte que me ajuda muito para postar.

Desde o surgimento do seu blog, quais as datas e posts mais marcantes para você?
A data mais importante para mim é sempre o dia 12, pois é o dia em que o Coxa nasceu: 12 de Outubro de 1909. A postagem mais marcante foi quando eu falei sobre o título Brasileiro do Coritiba da Série A, que foi conquistado em 1985.

O que você dá mais importância em seu blog? E por quê?
Eu quero que as pessoas saibam mais do Coxa porque o clube não é muito falado pela mídia.

Saberia dizer qual perfil dos blogueiros que visitam seu blog?
Acho que o perfil dos blogueiros que visitam meu blog deve ser muito engraçado, extrovertido (pelo que eu vejo nos comentários). Porém, também tem alguns mais sérios. Mas acredito que todos gostam de futebol e querem saber algo do Coritiba.

Desde que você faz parte da blogosfera, qual a melhor e a pior situação ocorrida em seu blog?
A melhor situação ocorrida foi postar os jogos que o meu verdão ganhou. E quando eu cheguei a 13 comentários.

A pior situação tem sido essas últimas postagens. São oito jogos que eu não posto uma vitória do Coritiba.

Liste agora pra gente, os sete melhores blogs na sua opinião.
Os setes melhores blogs é difícil porque tem vários blogs legais mais ai vai:

1- Loucos do Fute
2- Futebol, música, etc
3- Futebol Resultados
4- Carlos Pizzatto
5- Andre George
6- Pitacos do Bodaum
7- Sempre Fla (esse inclusive, eu ajudei a fazer).

Gostaria também de divulgar a comunidade do Coxamor no Orkut e convidar os leitores do Pitacos do Bodaum a entrarem nela.

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=92001930

Agora gostaria de agradecer ao WH pela entrevista!
E um abraço a todos os leitores desse blog!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Matemática e Polêmica



Olá Amigos, está de volta o quadro Matemática e Polêmica aqui no blog Pitacos do Bodaum do nosso amigo Danilo Damasceno. Eu sou Rafael Sobieski, redator-chefe dos blogs Maníacos do Futebol e Venceslau Esporte. Pra quem não conhece a coluna Matemática e Polêmica mostra o futebol visto pelo lado matemático, as estatísticas, sempre trazendo assuntos polêmicos.

Nessa semana vamos mostrar o desempenho do Corinthians com Ronaldo e do Corinthians sem Ronaldo, quem não acredita que o Corinthians depende do Ronaldo basta observar as estatísticas.

Ronaldo fez sua estreia contra a equipe do Itumbiara na casa do adversário pela Copa do Brasil. Foram 36 jogos na Era Ronaldo de Itumbiara à Presidente Prudente no último clássico onde Ronaldo fraturou a mão.

Nestes 36 jogos foram 18 vitórias, 12 empates e 6 derrotas. Entre eles os empates 1x1 com o Santos e 2x2 com o Inter que garantiram os títulos Paulista e da Copa do Brasil, além da classificação para a Libertadores.

Em 36 jogos, 66 pontos conquistados, um aproveitamento de 61%.

Agora, depois do clássico em Presidente Prudente foram 4 jogos:

  • Santo André 1x1 Corinthians
  • Corinthians 0x0 Avaí
  • Náutico 1x0 Corinthians
  • Flamengo 1x0 Corinthians

Duas derrotas e dois empates, um gol marcado e ainda de penalti. O aproveitamento nesse período foi de apenas 16%. Supondo que Ronaldo volta apenas em setembro no jogo da paz na Palestina. Até lá são mais 7 jogos. Se continuar nesse ritmo ganharia 3 ou 4 pontos. E em 7 rodadas poderia perder muitas posições.

Ou o Corinthians aprende a jogar sem Ronaldo, ou terá que lembrar como se joga a série B.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Futebol Recordação: Atlético-MG campeão brasileiro de 1971


O Futebol Recordação entra em campo trazendo um especial sobre todos os campeões do Campeonato Brasileiro. Desde 1971 quando o Atlético-MG conquistou o título até a tripla consagração do São Paulo nos últimos três anos.

Com muitas histórias, acontecimentos, polêmicas, fatos e casos curiosos, a esperança do blog Pitacos do Bodaum é contagiar os amigos leitores e blogueiros a debaterem, criticarem alguns acontecimentos antigos, polemizarem, comemorarem conquistas do seu time ou simplesmente comentarem acerca dos posts.

Só de pensarmos nesse especial já podemos imaginar alguns casos como a hiper polêmica Copa União de 1987. Quem é o verdadeiro campeão, Flamengo ou Sport? A decisão de 1995. Afinal, o Santos foi ou não garfado? E a simbólica final de 1985 com Bangu e Coritiba fazendo um jogo espetacular com um Maracanã abarrotado de gente. E o Brasileirão de 2005. É certo considerar o Internacional como campeão moral? Tudo isso é muito mais você verá e comentará nessa série de 37 posts.


Atlético-MG campeão de 1971

A partir de um campeonato chamado Torneio Roberto Gomes Pedrosa a CBD resolveu criar o Campeonato Brasileiro que teve sua primeira edição em 1971. Na formula anterior a do primeiro Brasileirão, tínhamos 17 clubes de sete Estados Brasileiros: Guanabara (RJ), São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. Para o primeiro Campeonato que de fato, seria o nacional do futebol brasileiro, foram incluídos mais três clubes: um terceiro de Minas, mais um do Pernambuco e pela primeira vez, um do Ceará.

Fato curioso

As decisões malucas e sem lógica já faziam parte do futebol tupiniquim desde aquela época. O regulamento inicial foi uma das coisas mais absurdas que já aconteceram na historia. A primeira fase seria dividida em dois grupos, classificando os dois melhores de cada chave para a fase final. Até aí tudo bem, não fosse o critério escolhido para essas classificações dentro de cada chave. Os dois clubes com melhor RENDA passariam para a fase final. Ou seja, um time poderia perder a vontade, mas mesmo que lotasse seu estádio, passaria para as finais.

Esse regulamento não demoraria a trazer confusões para a antiga CBD. Foram inúmeras denúncias de compra de ingresso por parte dos clubes e uma revoltada total dos jogadores do Flamengo, que precisariam perder o jogo contra o Santos para se classificarem fez com que a instituição organizadora do Campeonato recuasse e modificasse o regulamento.

O Regulamento aprimorado

Numa segunda decisão, ficou determinado que a primeira fase teria uma duração maior. Primeiro os times de cada chave jogariam entre si e depois, enfrentariam os times da outra chave. Os seis melhores de cada grupo se classificariam para a segunda fase, eliminando de vez a absurda classificação por renda.

A segunda fase consistiria em três grupos com quatro times cada. Os líderes de cada grupo passariam para o triangular final. Os três finalistas foram Atlético-MG, São Paulo e Botafogo.

Triangular Final

A primeira partida do triangular foi realizada no dia 12 de dezembro de 1971 no estádio do Mineirão. Inflamado com o apoio de 54 mil torcedores, o Galo bateu o São Paulo pelo placar de 1x0 com gol de Oldair aos 30 do segundo tempo. Com a vitória, bastaria vencer o Botafogo no Maracanã para o título ficar com o time mineiro.

A segunda partida aconteceu entre São Paulo e Botafogo no dia 15 de dezembro de 1971 no Morumbi. Os paulistas se recuperaram da primeira derrota no triangular goleando os cariocas por 4x1. A partir daí, passariam a torcer para os botafoguenses derrotarem o Atlético por até dois gols de diferença, para o título ficar com o Tricolor.

No dia 19 de dezembro de 1971 as atenções se voltavam para o Maracanã. Era o jogo final da primeira edição do Campeonato Brasileiro. Alvinegros contra alvinegros. De um lado o Atlético-MG contando com o apoio da torcida atleticana que partiu com tudo para o Rio de Janeiro certos que sairiam do maior estádio do mundo comemorando o tão sonhado título. Do outro lado o Botafogo contando a imensa maioria de torcedores presentes no estádio e necessitando de uma vitória elástica para conquistarem o primeiro título de Campeão Nacional do futebol brasileiro.

Durante todo o primeiro tempo da partida, o Atlético impôs sua superioridade e quase não deixou o Bota - que já não era mais aquele de Garrincha e Cia, mas que contava com grandes jogadores como Djalma Dias, Marco Aurélio, Jairzinho (Furacão de Copa de 70) e Nei Oliveira – jogar. No segundo tempo, o ritmo atleticano continuou intenso. Aos 18 minutos, Humberto Ramos chegou a linha de fundo e cruzou para Dada Maravilha estufar as redes e alegrar a gigantesca massa atleticana com o primeiro título de campeão brasileiro do primeiro Brasileirão.


As ruas de Minas Gerais ficaram alvinegras com a festa. O Brasil que tinha ficado verde e amarelo com o tri da seleção nacional um ano antes, via uma verdadeira festa preta e branca num dos Estados mais importante do país.

Dados do jogo final:

Botafogo 0x1 Atlético-MG
Local: Maracanã (RJ)
Juiz: Armando Marques (SP)
Renda: CR$ 294.420,00
Público: 46.458 espectadores
Gol: Dario 18' do 2º T.
Expulsões: Mura e Carlos Roberto

Botafogo: Wendell; Mura, Djalma Dias, Queirós e Valtencir; Carlos Roberto, Marco Aurélio (Didinho) e Careca; Zequinha, Jairzinho, e Nei Oliveira.
Técnico: Papagaio

Atlético-MG


Em pé: Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderlei, Vantuir e Oldair;
Agachados: Ronaldo, Humberto Ramos, Dario, Lola e Tião.
Técnico: Telê Santana

Campanha do campeão:

Em 27 jogos, o Galo Doido venceu 12 partidas, empatou 10 e perdeu apenas 5. Balançou as redes adversárias por 39 vezes e foi buscar a bola no fundo das próprias redes 22 vezes.

Jogadores que fizeram parte da campanha:

Goleiro: Renato
Laterais: Cincunegui, Humberto Monteiro, Oldair e Zé Maria
Zagueiros: Grapete, Normandes, Salvador e Vantuir
Meio Campistas: Ângelo, Beto, Bibi, Humberto Ramos, Lola e Vanderlei
Atacantes: Dario, Guará, Pedrilho, Romeu, Spencer e Tião
Técnico: Telê Santana

Abaixo a foto do troféu

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Girando Geral


Esse post traz a reestréia do quadro Girando Geral. Para que fique mais claro para os nossos leitores, ele consiste no seguinte: em navegadas minha pela blogosfera, sempre irei eleger um post como o Destaque do Girando Geral.

Qualquer blog pode ter seu post escolhido. E para que você, amigo blogueiro, tenha um post como Destaque do Girando Geral, basta que ele esteja interessante e possa trazer uma mensagem, no âmbito futebolístico, que tenha alguma importância para os torcedores, blogueiros e leitores.

Começo com esse, retirado do blog do torcedor do Flamengo, e escrito por Freitas Solich, que teve o espaço gentilmente cedido pelo titular do blog, Arthur Muhlenberg.

No texto, Freitas fala sobre as declarações do treinador do Goiás, Hélio dos Anjos, chamando os flamenguistas nascidos e residentes no Estado de Goiás de sem caráter. Confira:

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Técnico de futebol não é filósofo. Isso é mais lógico do que esquema armado pelo Parreira, certo? Pra mim parece óbvio como jogar pra frente. Mas parece que tem gente que não acha. Alguns “professores” nos últimos tempos têm tentado entrar para a tão criteriosa posteridade não por seus trabalhos dentro de campo, mas pelas frases marcantes, a fim de eternizar seus nomes na história do futebol.

Porém, quem nasceu pra Jardel jamais chegará a Schopenhauer. Nossos doutores (sic)da beira de campo tentam ser profundos, espirituosos, acadêmicos, mas guardam uma distância muito grande entre o que pretendem ser e o que de fato são. Seria como o Vicente Matheus tentando se passar pelo Millôr Fernandes. O pior é que alguns acabam entrando para nossas memórias pelo que dizem, mas pela porta dos fundos. Frases como “A gente vai brincar no Brasileirão”, “O Pinochet fez muitas coisas boas pelo Chile” ou o péssimo lugar comum “O medo de perder tira a vontade de ganhar” já povoam o imaginário popular-futebolístico e não serão esquecidos tão cedo.

Mas semana passada tivemos um recordista mundial de mau gosto, intolerância, preconceito e, só pra ficar mais adequado ao cargo que ocupa, burrice. A frase “Eu tenho raiva desses flamenguistas de Goiás que não têm dignidade sequer para representar seu Estado” foi de uma insensatez sem fim.

Ora, senhores, o futebol é a nossa concessão à irracionalidade. Quem comanda é o coração. Não tomamos decisões lógicas, baseadas em fórmulas matemáticas e conceitos geopolíticos de certo e errado. A gente simplesmente tem amor por um clube do coração. O senhor autor desta pérola quer que os inúmeros rubro-negros goianos, que adoram o Flamengo como todos nós, digam conscientemente aos seus corações que a partir de agora vou gostar de um time local e desprezar tudo o que sou e fui até hoje. É isso? E fazer isso por que? Por uma suposta ameaça à identidade do povo goiano? É como se os fãs do MQN tivessem que deixar de gostar da banda e se sentissem obrigados a gostarem dos 2 filhos do senhor Francisco Camargo. Ou ainda como se a gente escolhesse racionalmente a mulher por quem nos apaixonaríamos. Não dá, senhor filósofo. Muitas vezes, é o time que nos escolhe.

Parafraseando Marx, digo que “Rubro-negros de Goiás, uni-vos!” Vão ao Serra Dourada e dêem a essa mensagem de ódio, de intolerância, raiva e preconceito, uma resposta de amor. O amor incondicional que sentimos pelo Flamengo e que nenhum “nãoseiquemzinho” falastrão poderá calar. Cantem mais alto, gritem mais forte, levem flores para o treinador do adversário. Mostrem pra ele que não guardamos mágoa e que temos muitos sentimentos bons para neutralizar tudo de vil que ele expôs em suas ridículas declarações.

Dêem seu show. Vençam o jogo para nós e lembrem-se: vocês têm o direito de escolher pra que time torcerem independente do lugar onde vivam. Porque o futebol, o bom futebol, é feito de sentimentos, mas sentimentos nobres, e não rancor, violência e raiva.

Carlos Freitas Solich – Escritor e rubro-negro em qualquer lugar do mundo.

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Esse texto foi retirado do blog do torcedor do Flamengo no site Globoesporte.com