Nesse ano de 2009 o Fluminense vinha muito mal. A campanha no Campeonato Brasileiro estava vergonhosa. Não que agora esteja de acordo com o que o torcedor tricolor espera, mas melhorou um pouco. O time já possui uma boa sequência invicta. Se antes era dado como rebaixado, hoje já não podemos afirmar isso.
E na tentativa de alegrar um pouco mais a cuca do torcedor do Flu, o Futebol Recordação traz nessa série sobre as edições do Brasileirão, o de 1984 e a inesquecível conquista do Fluminense, que pela primeira vez, conquistava um título nacional após ter vencido a Taça Roberto Gomes Pedrosa em 1970.
Fluminense, campeão brasileiro de 1984
O Flu, sem muita grana pra grandiosos investimentos, depositaria todas as suas fichas num elenco jovem e desconhecido que primeiro contaria com Carbone no comando, mas que mais tarde, durante o Campeonato Brasileiro, passaria a ter no banco a sabedoria de Carlos Alberto Parreira, tricolor de coração.
Do Sul veio meio time. A começar pelo lateral-esquerdo Branco, que mais tarde disputaria três Copas do Mundo (86, 90 e 94); os meias Jandir e Leomir; o ponta-esquerda Tato. Mas foi no ataque que chegaram os mais importantes desse pacotão sulista. Os atacantes do Atlético-PR (semifinalista do Brasileirão de 1983) desembarcariam nas Laranjeiras para se apresentar ao povo carioca. Tratava-se nada mais, nada menos do casal 20: Washington e Assis.
O mais importante dentre os que subiriam da base seria o zagueiro Ricardo Gomes (hoje técnico do São Paulo). E ele contava com o experiente Duílio (ex-Coritiba e América-RJ) para fazer a dupla defensiva.
Para dar um toque a mais de qualidade, mais tarde chegaria o paraguaio Romerito, contratado junto ao Cosmo dos EUA
Esse time já começava a causar um burburinho no Rio de Janeiro, pois conquistava o seu segundo título carioca (que no ano seguinte acabou formando o tri 83, 84 e 85) em cima do poderoso Flamengo, até então atual bi-campeão brasileiro (82 e 83), e que havia sido também campeão nacional em 1980 e da Libertadores e Mundial em 1981.
Mas nacionalmente, aquele time tricolor ainda teria que provar seu poderio.
Fatos Curiosos
Pela primeira vez, teríamos um campeão brasileiro com um patrocinador estampado na camisa, como foi possível ver na foto mais acima.
Também pela primeira vez, um clássico carioca decidiria o Campeonato Brasileiro.
E apesar de termos dois clubes tradicionais na finalíssima, 1984 foi o ano das zebras. O Cruzeiro não conseguiu sequer passar para a segunda fase. Atlético-MG, Bahia, São Paulo, Palmeiras, Internacional e Botafogo foram eliminados na segunda fase. Por outro lado, entre os dez melhores tivemos clubes sem tantas inspirações como Náutico, Portuguesa e o até então surpreendente Santo André.
E este também foi o ano da chamada “Democracia Corintiana”. Era um time que contava com craques como Sócrates, Casagrande, Zenon, Vladimir, Leão, entre outros.
Começava a acontecer muita reclamação contra a CBF pelo fato dos participantes da série A serem times que boas campanhas nos estaduais. E mesmo diante desse protesto, a Confederação reservou duas vagas para times que foram mal no regional, porém que tinha um bom retrospecto no Brasileirão. Casos de Vasco (7º no Carioca) e Grêmio (3º no Gaúcho).
Regulamento
A primeira fase se manteve com 40 clubes divididos em oito grupos de cinco times cada. Em turno e returno, se classificavam os líderes, vice-líderes e terceiros colocados. O quarto de cada chave jogaria a repescagem.
Na repescagem, repetição dos anos anteriores. Temos oito times sendo divididos em quatro confrontos. O vencedor de cada passaria adiante no torneio.
Já na segunda fase, mudanças. Ao contrário de 1983, quando esta etapa contava com 32 clubes, em 84 passou a ser apenas 28. Seriam os 24 classificados da primeira fase e mais os quatro da repescagem. Divididos em sete grupos com cinco times, com todos se enfrentando dentro da chave em turno e returno, se classificariam os dois líderes de cada grupo.
A terceira fase também foi diferente. Apesar de também contar com 16 clubes, os critérios de classificação com relação a duas vagas mudariam. Continuaria com os classificados vindos da segunda fase (14 times), mais o campeão – vice-campeão não teria mais vaga - da Taça CBF (segunda divisão), e a novidade: o time de melhor campanha da segunda fase entre os não classificados. Maluquice, não?
Na fase final tínhamos quartas-de-final, semifinais e final. Eram jogos de ida e volta com o time de melhor campanha tendo o direito a mando de campo na segunda partida.
A grande final
A troca de técnico aconteceu quando o time estava numa evolução de relacionamento. Muitos jovens talentosos misturados com alguns experientes rendiam até então uma verdadeira família tricolor. Mas em dado momento a diretoria resolveu trocar Carbone por Carlos Alberto Parreira. E isso acabou sendo positivo. Parreira, demitido da Seleção, chegava com o seguinte discurso: cheguei pra ser campeão!
E nos jogos finais, um confronto muito esperado pela imprensa, especialmente a carioca. Como adiantado nos “Fatos Curiosos” desse post, foi o primeiro clássico carioca numa decisão de Campeonato Brasileiro. E isso não foi uma mera obra do acaso. Ali estavam reunidos o melhor ataque da competição (Vasco com 51 gols) e a defesa menos vazada (Fluminense com apenas 13 gols sofridos).
No primeiro jogo tivemos uma confronto interessante e peculiar. Dois times técnicos, porém o tricolor era mais jovem e o vascaíno mais experiente. E a juventude derrotou a bagagem. Com seu refinado toque de bola e jogo envolvente, o Flu chegou à vitória por 1x0 com gol de Romerito, marcado aos 23 do primeiro tempo. O meia paraguaio, inclusive, foi o grande destaque da partida fazendo uma exibição inesquecível.
Para a segunda partida, do lado cruzmaltino a necessidade da vitória. Isso fez o técnico Edu adotar um esquema ultra ofensivo. Jussiê, que era atacante, substituiria o meia Mauricinho.
Com 90 minutos de pura emoção com lances de ataque tanto para um lado como para o outro, o excelente poder ofensivo do Vasco não foi o bastante para vencer a exuberante defesa do Fluminense. Resultado final: 0x0 e festa tricolor.
Um dado interessante após o apito final da segunda partida foi a chuva de pó de arroz feito pela torcida das “três cores”. Fato esse que fazia o lado direito do Maracanã parecer que acontecia uma chuva de neve, ou uma neblina mesmo. A emoção tomou conta dos corações tricolores. A empolgação foi sem limites.
Dados do jogo final
Vasco 0x0 Fluminense
Local: Maracanã (RJ)
Juiz: Romualdo Arpi Filho (SP)
Renda: CR$ 638.160.000,00
Público: 128.781 espectadores
Fluminense
Em pé: Aldo, Paulo Vítor, Duílio, Ricardo Gomes, Jandir e Branco.
Agachados: Romerito, Delei (ali no meio da criançada), Washington (do outro lado da taça), Assis e Tato.
Vasco: Roberto Costa; Edevaldo, Ivã, Daniel Gonzáles e Airton; Pires, Mário e Arturzinho; Jussiê (Marcelo), Roberto Dinamite e Marquinho
Técnico: Edu
Campanha do campeão
Em 26 jogos, o Flu atropelou os adversários em 15 vezes e foi atropelado em apenas duas. Foram 9 empates. O ataque fuzilou com 37 gols e tomou apenas 13.
Jogadores que fizeram parte da campanha
Goleiro: Paulo Vitor e Ricardo Lopes
Laterais: Aldo, Beto, Branco, Carlos Eduardo, Getúlio e Renato Martins
Zagueiros: Duílio, Maurão, Ricardo Gomes e Vica
Meio Campistas: Assis, Delei, Edson, Jandir, Leomir, Renê e Romerito
Atacantes: Daíco, Paulinho, Paulinho Cascavel, Rogério, Ronaldo, Tato, Washington e Wilsinho
Técnico: Carlos Alberto Parreira
E na tentativa de alegrar um pouco mais a cuca do torcedor do Flu, o Futebol Recordação traz nessa série sobre as edições do Brasileirão, o de 1984 e a inesquecível conquista do Fluminense, que pela primeira vez, conquistava um título nacional após ter vencido a Taça Roberto Gomes Pedrosa em 1970.
Fluminense, campeão brasileiro de 1984
O Flu, sem muita grana pra grandiosos investimentos, depositaria todas as suas fichas num elenco jovem e desconhecido que primeiro contaria com Carbone no comando, mas que mais tarde, durante o Campeonato Brasileiro, passaria a ter no banco a sabedoria de Carlos Alberto Parreira, tricolor de coração.
Do Sul veio meio time. A começar pelo lateral-esquerdo Branco, que mais tarde disputaria três Copas do Mundo (86, 90 e 94); os meias Jandir e Leomir; o ponta-esquerda Tato. Mas foi no ataque que chegaram os mais importantes desse pacotão sulista. Os atacantes do Atlético-PR (semifinalista do Brasileirão de 1983) desembarcariam nas Laranjeiras para se apresentar ao povo carioca. Tratava-se nada mais, nada menos do casal 20: Washington e Assis.
O mais importante dentre os que subiriam da base seria o zagueiro Ricardo Gomes (hoje técnico do São Paulo). E ele contava com o experiente Duílio (ex-Coritiba e América-RJ) para fazer a dupla defensiva.
Para dar um toque a mais de qualidade, mais tarde chegaria o paraguaio Romerito, contratado junto ao Cosmo dos EUA
Esse time já começava a causar um burburinho no Rio de Janeiro, pois conquistava o seu segundo título carioca (que no ano seguinte acabou formando o tri 83, 84 e 85) em cima do poderoso Flamengo, até então atual bi-campeão brasileiro (82 e 83), e que havia sido também campeão nacional em 1980 e da Libertadores e Mundial em 1981.
Mas nacionalmente, aquele time tricolor ainda teria que provar seu poderio.
Fatos Curiosos
Pela primeira vez, teríamos um campeão brasileiro com um patrocinador estampado na camisa, como foi possível ver na foto mais acima.
Também pela primeira vez, um clássico carioca decidiria o Campeonato Brasileiro.
E apesar de termos dois clubes tradicionais na finalíssima, 1984 foi o ano das zebras. O Cruzeiro não conseguiu sequer passar para a segunda fase. Atlético-MG, Bahia, São Paulo, Palmeiras, Internacional e Botafogo foram eliminados na segunda fase. Por outro lado, entre os dez melhores tivemos clubes sem tantas inspirações como Náutico, Portuguesa e o até então surpreendente Santo André.
E este também foi o ano da chamada “Democracia Corintiana”. Era um time que contava com craques como Sócrates, Casagrande, Zenon, Vladimir, Leão, entre outros.
Começava a acontecer muita reclamação contra a CBF pelo fato dos participantes da série A serem times que boas campanhas nos estaduais. E mesmo diante desse protesto, a Confederação reservou duas vagas para times que foram mal no regional, porém que tinha um bom retrospecto no Brasileirão. Casos de Vasco (7º no Carioca) e Grêmio (3º no Gaúcho).
Regulamento
A primeira fase se manteve com 40 clubes divididos em oito grupos de cinco times cada. Em turno e returno, se classificavam os líderes, vice-líderes e terceiros colocados. O quarto de cada chave jogaria a repescagem.
Na repescagem, repetição dos anos anteriores. Temos oito times sendo divididos em quatro confrontos. O vencedor de cada passaria adiante no torneio.
Já na segunda fase, mudanças. Ao contrário de 1983, quando esta etapa contava com 32 clubes, em 84 passou a ser apenas 28. Seriam os 24 classificados da primeira fase e mais os quatro da repescagem. Divididos em sete grupos com cinco times, com todos se enfrentando dentro da chave em turno e returno, se classificariam os dois líderes de cada grupo.
A terceira fase também foi diferente. Apesar de também contar com 16 clubes, os critérios de classificação com relação a duas vagas mudariam. Continuaria com os classificados vindos da segunda fase (14 times), mais o campeão – vice-campeão não teria mais vaga - da Taça CBF (segunda divisão), e a novidade: o time de melhor campanha da segunda fase entre os não classificados. Maluquice, não?
Na fase final tínhamos quartas-de-final, semifinais e final. Eram jogos de ida e volta com o time de melhor campanha tendo o direito a mando de campo na segunda partida.
A grande final
A troca de técnico aconteceu quando o time estava numa evolução de relacionamento. Muitos jovens talentosos misturados com alguns experientes rendiam até então uma verdadeira família tricolor. Mas em dado momento a diretoria resolveu trocar Carbone por Carlos Alberto Parreira. E isso acabou sendo positivo. Parreira, demitido da Seleção, chegava com o seguinte discurso: cheguei pra ser campeão!
E nos jogos finais, um confronto muito esperado pela imprensa, especialmente a carioca. Como adiantado nos “Fatos Curiosos” desse post, foi o primeiro clássico carioca numa decisão de Campeonato Brasileiro. E isso não foi uma mera obra do acaso. Ali estavam reunidos o melhor ataque da competição (Vasco com 51 gols) e a defesa menos vazada (Fluminense com apenas 13 gols sofridos).
No primeiro jogo tivemos uma confronto interessante e peculiar. Dois times técnicos, porém o tricolor era mais jovem e o vascaíno mais experiente. E a juventude derrotou a bagagem. Com seu refinado toque de bola e jogo envolvente, o Flu chegou à vitória por 1x0 com gol de Romerito, marcado aos 23 do primeiro tempo. O meia paraguaio, inclusive, foi o grande destaque da partida fazendo uma exibição inesquecível.
Para a segunda partida, do lado cruzmaltino a necessidade da vitória. Isso fez o técnico Edu adotar um esquema ultra ofensivo. Jussiê, que era atacante, substituiria o meia Mauricinho.
Com 90 minutos de pura emoção com lances de ataque tanto para um lado como para o outro, o excelente poder ofensivo do Vasco não foi o bastante para vencer a exuberante defesa do Fluminense. Resultado final: 0x0 e festa tricolor.
Um dado interessante após o apito final da segunda partida foi a chuva de pó de arroz feito pela torcida das “três cores”. Fato esse que fazia o lado direito do Maracanã parecer que acontecia uma chuva de neve, ou uma neblina mesmo. A emoção tomou conta dos corações tricolores. A empolgação foi sem limites.
Dados do jogo final
Vasco 0x0 Fluminense
Local: Maracanã (RJ)
Juiz: Romualdo Arpi Filho (SP)
Renda: CR$ 638.160.000,00
Público: 128.781 espectadores
Fluminense
Em pé: Aldo, Paulo Vítor, Duílio, Ricardo Gomes, Jandir e Branco.
Agachados: Romerito, Delei (ali no meio da criançada), Washington (do outro lado da taça), Assis e Tato.
Vasco: Roberto Costa; Edevaldo, Ivã, Daniel Gonzáles e Airton; Pires, Mário e Arturzinho; Jussiê (Marcelo), Roberto Dinamite e Marquinho
Técnico: Edu
Campanha do campeão
Em 26 jogos, o Flu atropelou os adversários em 15 vezes e foi atropelado em apenas duas. Foram 9 empates. O ataque fuzilou com 37 gols e tomou apenas 13.
Jogadores que fizeram parte da campanha
Goleiro: Paulo Vitor e Ricardo Lopes
Laterais: Aldo, Beto, Branco, Carlos Eduardo, Getúlio e Renato Martins
Zagueiros: Duílio, Maurão, Ricardo Gomes e Vica
Meio Campistas: Assis, Delei, Edson, Jandir, Leomir, Renê e Romerito
Atacantes: Daíco, Paulinho, Paulinho Cascavel, Rogério, Ronaldo, Tato, Washington e Wilsinho
Técnico: Carlos Alberto Parreira
5 comentários:
Nem irei comentar sobre o regulamento, esse povo de antigamente eram bem desorganizados, gostavam de uma embolação.
O Flu deu sorte em trocar o treinador no meio de um campeonato. E foi até uma surepresa, pois o time não tinha nenhuma estrela.
OBS: Minha camisa... :P
Abraços.
André do Blog Esporte Total
Nessa epoca o futebol carioca ganhava campeonatos brasileiros constantemente. E o Fluminense entrou decidido nesse ano, montando um otimo time que com uma campanha incrivel com apenas 2 derrotas conquistou seu titulo nacional.
A vaga ao Grêmio nesse Brasileiro foi mais que justa porque ele teve que abrir mão do regional do ano anterior por causa do mundial e da libertadores, alem de outras competições internacionais que teve que disputar por ser campeão da america de 83. valeu. abraço.
Saudações do Gremista Fanático
Gremista tá sempre chorando ou justificando alguma coisa, nunca vi..hauhauauahuahuahaua
Mas vamos ao que interessa: MARAVILHOSO TEXTO SR WILSON!!!!
Foi muito bom ler e conhecer um pouco mais sobre a história do nosso futebol, ainda mais num texto bem feito, estruturado e gostoso de se ler...
Parabéns ao blog (foi que conheci vc lembra??? rsrsrsrs), pelo excelente conteúdo.
Um grande beijo, Marcelinha Colorada
Grande Máquina Tricolor.
Excelente time. Pena que faz tempo que o Fluminense não possui um time assim há muito tempo.
Visite também o Rio Futebol, se puder!
Grande abraço,
Leonardo Resende
Rio Futebol
http://riofutebol.blogspot.com
adm.riofutebol@gmail.com
Cada regulamento maluco! jejeje
Mas se esta era a disputa, parabéns ao campeão!!
Saludos!
htp://gambetas.blogspot.com
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