terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Futebol Recordação: Coritiba campeão brasileiro de 1985


Depois de duas semanas sem atualização, o Futebol Recordação volta com tudo para falar do Campeonato Brasileiro de 1985 e o título do Coritiba.

Com certeza a torcida coxa branca não deve estar passando por um bom momento vendo seu time, que antes não estava tão ameaçando, perigando de verdade a voltar pra Série B na última rodada do Brasileirão 09. Espero que esse post sirva como um momento mais ameno nessa situação desagradável vivida pelos alviverdes de Curitiba.

Coritiba, campeão brasileiro de 1985


O ano de 1985 reservou a despedida de um dos maiores ídolos do Cori, o atacante Índio, que deixaria a torcida após ajudar a levar o clube ao título mais importante da sua história.

O setor ofensivo praticamente não sofreu alteração na transição da temporada 84 para a temporada 85. Foram mantidos os jogadores Marco Aurélio, Toby, Lela, Índio e Édson. Já na defesa, aconteceram as aquisições dos jogadores Rafael, Gomes, Heraldo, Dida, Almir e Marildo, que chegaram para fazer companhia na defesa para André e Vavá.

Outros jogadores que chegaram para fazer parte do elenco campeão do ano foram os volantes Almir e Marildo, o goleiro Rafael e o meia-esquerda Paulinho.

No Campeonato Paranaense daquele ano, o Coxa ficou apenas em segundo, mas garantiu participação no torneio nacional através do ranking da CBF (ver na parte Fatos Curiosos).

Para a imprensa do país, ninguém reconhecia o time alviverde do Paraná como candidato ao título. Apontavam apenas para os grandes e já campeões de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Fatos Curiosos

A CBF começava a caminhar na direção de juntar o que era elite e o que era segundo escalão do futebol brasileiro. Taça de Ouro e Taça de Prata foram praticamente misturadas em uma competição apenas.

Os critérios de classificação para a disputa do Campeonato Brasileiro foram profundamente alterados. Os 20 primeiros do Ranking da CBF (anteriormente chamado de Ranking de pontos) classificaram-se para compor os grupos A e B. Já o campeão e o vice campeão da Taça de Prata de 84 e mais os 22 melhores classificados dos torneios estaduais, fariam parte dos grupos C e D.

Pela segunda vez o Brasil via a dramaticidade de uma decisão de campeonato por cobranças de pênaltis.

O Coritiba terminou a competição com apenas 41,37% de aproveitamento. Pior campanha de um campeão até então.

Ênio Andrade se transformava no primeiro técnico a vencer a principal competição do país em três clubes diferentes. Antes foi com Internacional em 1979 e com o Grêmio em 1981. E ele teve importante responsabilidade no triunfo, pois chegou no meio da competição e melhorou o rendimento do Coxa consideravelmente.

Regulamento

Primeira fase: Os times dos grupos A e B. Cada clube enfrentou todos os demais do outro grupo, em turno e returno. Cada chave teria quatro classificados: líder do turno, líder do returno e os outros dois melhores na soma dos dois turnos.

Primeira fase ²: A fórmula de disputa entre os grupos C e D foi a mesma dos outros dois grupos, porém, com cada chave tendo 12 times, ao invés de 10.

Na segunda fase sobraram 16 clubes que foram divididos em quatro grupos com quatro times cada. Cada um jogou contra os três rivais do próprio grupo em turno e returno. Os quatro líderes de cada chave passavam adiante.

A semifinal foi disputada em ida-e-volta com a classificação sendo garantida àquele que saísse vencedor na soma dos resultados.

A grande final


No momento das semifinais tínhamos de um lado a disputa entre Bangu e Brasil de Pelotas. Do outro, a disputa entre Coritiba e Atlético-MG, que pra muitos seria mais justo se fosse a final.

Nesse momento a imprensa nacional já escolhia o time a ser dado como o campeão certo. Este seria o Clube Atlético-MG. Os atleticanos diziam: “até que enfim voltaremos a ser campeões brasileiros”. Nem da semi passaram, sendo surpreendidos pelo bom time do Coritiba.

Para dar tranqüilidade aos seus jogadores, o técnico Ênio Andrade levou seus comandados para a Toca da Raposa, em Minas Gerais, tirando o elenco do calor da torcida coxa-branca que estava bem eufórica na capital paranaense.

Lá na concentração, Ênio passava uma fita de um dos jogos do Bangu no quadrangular final. No meio da apresentação, ele desligou o televisor muito enfurecido e disse aos seus comandados: “esse time do Bangu é horrível! Eu não aceito que nós, que vencemos todos os favoritos desse campeonato, saiamos derrotados dessa final!”

No Maracanã, um acontecimento histórico. As quatro grandes e rivais torcidas do Rio de Janeiro se uniram lotando o até então maior estádio do mundo para prestigiar o time da Zona Oeste carioca (muito veículo de comunicação pelo Brasil acha que o Bangu é do subúrbio)...

Já com a bola rolando, os jogadores do time paranaense se sentiram bastante revoltados e desrespeitados com um caminhão de bombeiro que ficava na parte externa do gramado com uma faixa comemorativa do possível título do alvirubro carioca Talvez isso tenha dado mais força para os visitantes abrirem o placar, com Índio, aos 25 minutos.

Mais tarde, foi a vez do Bangu balançar as redes com Marinho, porém, o árbitro Romualdo Arppi Filho invalidou o gol.

Mas aos 35 não teve jeito. Lulinha tornou a marcar para os donos da casa. A grande final estava empatada e assim permaneceria até o apito final do tempo regulamentar.

Durante as cobranças dos penais, nenhum jogador errou as cinco primeiras destinadas a cada equipe. No início das alternadas, porém, o ponta Aldo, do Bangu, ao ver Rafael caindo para o lado que ele chutaria, resolveu inclinar o corpo para chutar no lado contrário. A bola saiu sem força e sem direção e acabou indo pra fora.

Na entrevista coletiva após o jogo, Aldo foi explicar o pênalti perdido e originou uma das frases mais marcantes do futebol brasileiro: “Ah, eu chutei a bola. Ela foi, foi, foi e iu”.

Na sequência, Gomes do Coritiba chutou, marcou, calou o Maraca e deu início a uma festa gigantesca no Estado do Paraná. A capital Curitiba ficou pintada de verde e branco com buzinaço, gritaria e muita comemoração nas ruas.

Dados do jogo final

Bangu 1x1 Coritiba (5x6 pênaltis)
Local: Maracanã (RJ)
Juiz: Romualdo Arpi Filho (SP)
Renda: CR$ 848.064.000,00
Público: 91.527 espectadores

Coritiba


Em pé: Gomes, Heraldo, Almir, Rafael, André e Dida.
Agachados: Lela, Marildo, Índio, Toni e Edson.

Bangu: Gilmar; Márcio, Jair, Oliveira e Baby; Israel, Lulinha (Gilson) e Mário; Marinho, João Cláudio (Pingo) e Ado
Técnico: Moisés

Campanha do campeão

O Coxa venceu 15 jogos, empatou 9 e perdeu apenas dois. Fuzilou as redes adversárias em 37 oportunidades enquanto foi fuzilado por 13 vezes.

Jogadores que fizeram parte da campanha

Goleiro: Gérson, Jairo e Rafael
Laterais: André, Dida e Hélcio
Zagueiros: Caxias, Gardel, Gomes, Heraldo e Vavá
Meio Campistas: Almir, Aragonés, Eliseu, Luizinho, Marco Aurélio, Marildo e Tobi
Atacantes: Édson, Gil, Índio, Lela, Paulinho, Vicente e Zé Carlos
Técnico: Ênio Andrade

Abaixo, montagem feita pelo meu amigo Pedro Franco do blog Coxamor:

9 comentários:

Pedro Franco disse...

Ae verdão...

Esse time foi um dos melhores time que o Coxa teve em sua história.

Sempre me arrepio quando vejo os lances do jogo e os gols do Coxa.

Rafael jogou muito

PARABÉNS A TODOS OS JOGADORES

Pena que o verdão não esteja em uma boa colocação no brasileiro do centenário, mas tudo bem.

Abraços

SAV

Excelente postagem

http://coxamor.blogspot.com/

Mestre Benicha disse...

Fala WH,

Lindo post!! Fico imaginando como deve ser difícil para os torcedores do Coxa ver um post como esse, com um time campeão e olha hoje e ver que o rebaixamento é coisa que já está fazendo parte do cotidiano dos coxa brancas....

Bangu? hehehehe!! *.*

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Grande abraço,

Leonardo Resende
Rio Futebol
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Blog do Vascão disse...

Quem diria em brother, Bangu e Coxa nfazendo uma final de brasileirão hehehe tempos que não voltam mais, ainda mais em se tratando de pontos corridos, falta patrocínio, incentivo e logístca para times pequenos aumejarem voos mais altos.

Esse post vale como curiosidade, interessante, ver que o Bangu um dia foi grande e hoje nem ao menos disputa uma Série C, quanto ao Coxa, limita-se aos estaduais e um dia quem sabe uma Copa do Brasil.

Abraço
Jeferson

Gremista Fanático disse...

Pois é cara, grande Enio Andrade, multicampeão, uns dos grandes tecnicos dessa decade de 80, e o Coritiba pela campanha formidavel com apenas 2 derrotas ganhou com todos os meritos essa edição do Brasileiro. Nessa epoca alguns times do Rio de Janeiro sem ser os 4 grandes se destacavam muito, o Bangu chegando a final foi um feito incrivel e perdeu apenas nos penaltis. abraço.

Saudações do Gremista Fanático

Claudio Henrique disse...

Grande Coxa, esse foi o único título nacional de sua história. Pena que esse ano, justo no centenário, o clube corre sério risco de rebaixamento.

Abraços

Rosi Andrade disse...

Bom, eu só tenho a agradecer os comentários postados, pois como filha do Enio Andrade me sinto orgulhosa por ele ser tão respeitado por todos....valeu..obrigada

Anônimo disse...

Grande título do Coxa na sua história, poderia ter ganho esse ano a copa do Brasil pra coroar seu centenário mas ao invés disso luta contra o rebaixamento, tomara que não seja rebaixado o Coxa não merece a série B de novo.

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Anônimo disse...

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adilson disse...

Seus dados estão furados, o coxa foi campeão com saldo de 2 gols negativos e o número de vitórias e derrotas também não está certo.