O Futebol Recordação volta com tudo para fazer um lembrete aos amigos leitores do Pitacos do Bodaum. Este quadro tem certo de postagem. Ou seja, toda terça-feira a noite vocês podem passar por aqui que com certeza terão mais uma postagem dessa série que fala sobre acontecimentos do passado futebolístico.
E caso você visite esse blog numa terça no inicio da noite e ainda não haja uma nova postagem, pode ter certeza, ela estará sendo preparado. Se não houver, sempre haverá um aviso.
Grêmio, campeão brasileiro de 1981
O Grêmio era um time considerado raçudo, aguerrido, mas que estava em dívida com sua torcida, pois ainda não tinha dado nenhum conquista importante aos seus apaixonados, enquanto o Internacional já era tri campeão brasileiro. Daí em diante, a década de 80 veio para mudar todo esse panorama.
Um grande campeão gaucho passava a se firmar como vencedor a nível nacional e mais tarde, continental e mundial também.
E tudo começou com a contratação de um comandante que já tinha sido campeão brasileiro com o próprio Internacional, Ênio Andrade. Mas havia um problema sério. Por mais que a torcida começasse a pressionar cada vez mais, o clube não tinha dinheiro para grandes contratações.
Com uma verdadeira bomba na mão Ênio olhou para os meninos das categorias de base e vislumbrou jogadores que poderiam dar conta do recado.
Começando a temporada com um time nada promissor, cheio de jovens desconhecidos e que não despertava nem um pouco de confiança por parte da torcida, a pressão e exigência por um resultado satisfatório ao final do ano só aumentava.
Mas o Tricolor dos Pampas sempre foi Copero y Peleador. Começou aí a ser escrita, pelo menos a nível nacional, a sua tradição de crescer nos momentos de maiores dificuldades. Um clube iria mostrar ao país que não está morto quem pelea. Muito pelo contrário. Todos iriam passar a conhecer o verdadeiro Imortal do futebol brasileiro.
Fatos curiosos
A CBF mudara os critérios de acesso à Taça de Ouro (primeira divisão). A partir desse ano, passariam a valer os resultados e classificações finais dos campeonatos estaduais para decidir quais clubes teriam condições de jogar na elite do futebol brasileiro.
Seria mantida, entretanto, o acesso na segunda fase dos quatro primeiros da primeira fase da Taça de Bronze (segunda divisão) do mesmo ano.
Como o Palmeiras fez uma péssima campanha no Paulistão de 1980 e não conseguiu ficar entre os seis líderes (vagas a Taça de Ouro), acabou iniciando o Nacional na Taça de Bronze. Era a primeira vez que um campeão brasileiro jogaria a segunda divisão. Mas como terminou a primeira fase entre os quatro, ao lado de Náutico, Bahia e Uberaba, disputaria a segunda fase da primeira divisão.
A quantidade de vagas por campeonato estadual era a seguinte: São Paulo (6), Rio de Janeiro (5), RS, MG, PR, BA, PE, CE e GO (2). E mais 13 Estados seriam representados apenas com os respectivos campeões.
Regulamento
A primeira fase, com 40 clubes, foi dividia em quatro grupos de dez. Os sete primeiros se classificavam.
Com 28 advindos da primeira fase mais os quatro que subiam após jogar a primeira fase da Taça de Prata, totalizando 32, foram divididos em oito grupos de quatro, cada. Em dois turnos, os dois líderes de cada chave passariam a diante.
A fase final sofreria mudança com relação ao ano anterior. Dessa vez passaríamos a ter oitavas-de-final, quartas-de-final, semifinais e final. Eram jogos de ida e volta com o time de melhor campanha tendo o direito a mando de campo na segunda partida.
A grande final
Logo de cara o São Paulo foi considerado favorito, principalmente pela imprensa de fora do Rio Grande do Sul. Acontece que dentro da sua cidade, todos sabiam do esforço gremista para montar aquele time. No início daquela temporada (como dito nesse post) ninguém acreditava que o Grêmio pudesse chegar onde chegou. Ninguém daria um centavo numa aposta pelo Tricolor. Mas a torcida, apesar de cobrar bastante esse título, sempre depositou muita fé, mesmo se tratando de um time de desconhecidos, de jovens.
Inclusive, em São Paulo, até pelo fato da haver a vantagem do jogar o segundo jogo em casa, havia parte da crônica especializada encarando a grande finalíssima como combate já vencido pelo tricolor... Paulista.
O São Paulo tinha um time com grandes craques, nomes conhecidos e que já serviam a seleção. Dentre os que viveram a época, muitos chegam a mencionar um certo menosprezo paulista para com os gaúchos. Mas fez bem quem esperou ver, para crer.
Primeira partida no Olímpico e no finalzinho do primeiro tempo, Serginho Chulapa abria placar. Os sorrisos paulistas pareciam dizer: “óbvio que seria dessa forma, já somos campeões”. São paulinos desciam ao vestiário tentando esconder a empolgação. Já os gremistas pareciam estar com o sangue fervendo. Ninguém imaginava o que iria acontecer no segundo tempo.
Relembrando tudo aquilo que tinha sido o ano, com uma batalha do inicio ao fim para montar um time barato, porém que jogasse bem, a torcida não hesitou em gritar o nome do time e dar apoio, mesmo que o título não viesse.
Com dez minutos de segundo tempo, Paulo Isidoro transforma o que seria mais uma final de Campeonato Brasileiro, num verdadeiro conto épico do nosso futebol. O Grêmio havia empatado o jogo. Os são paulinos por sua vez, poderiam chegar a seguinte conclusão: tudo bem, empataremos aqui e venceremos em casa.
Mas aos 24, novamente ele. Paulo Isidoro marca mais um gol e por incrível que pudesse parecer para alguns, coloca o time gaucho na frente. E com esse placar, até de certa forma improvável, as atenções se voltariam para o Morumbi. Muitos se perguntavam: o que vai acontecer agora?
O primeiro tempo da segunda partida teve certa pressão do São Paulo, mas o 0 não saía do placar. O time gremista já estava satisfeito com o que havia conseguido até então, pois aquele resultado já dava o titulo ao Grêmio, mas eles queriam mais. Muito mais. Enquanto os paulistas tinham certeza absoluta que iriam desfazer a vantagem dos gaúchos.
Com 9 minutos de segundo tempo, Baltazar fez o inesperado. Grêmio 1x0. Em pleno estádio do Morumbi. Aí o São Paulo foi à loucura. O jogo começava a ficar nervoso e quente ao mesmo tempo em que os, até então derrotas, não acreditavam no que estava acontecendo. Tanto que faltando poucos minutos para o fim da partida, Chulapa se descontrolou e acabou sendo expulso.
A apito final veio com uma definição: Não está morto quem pelea. O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense é sim Imortal. É sim campeão! Festa no Rio Grande do Sul regada a chimarrão e muito churrasco para comemorar.
Dados do jogo final
São Paulo 0x1 Grêmio
Local: Morumbi (SP)
Juiz: José Roberto Wright (RJ)
Renda: CR$ 33.819.400,00
Público: 95.106 espectadores
Grêmio
Em pé: Leão, Paulo Roberto, China, Casemiro e Hugo De León;
Agachados: Tarciso, Vilson Tadei, Baltazar, Paulo Isidoro e Odair.
São Paulo: Valdir Peres; Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e Marinho Chagas; Élvio, Everton (Assis) e Renato; Paulo César, Serginho e Zé Sérgio
Técnico: Carlos Alberto Silva
Campanha do campeão
Em 23 jogos, os gremistas comemoraram 14 vitórias, choraram 7 derrotas e ficaram insatisfeitos com 7 empates. Marcaram 32 gols e sofreram 21.
Jogadores que fizeram parte da campanha
Goleiro: Leão e Remi
Laterais: Casemiro, Dirceu, Paulo Roberto e Uchôa
Zagueiros: De Leon, Newmar, Vantuir e Vicente
Meio Campistas: Bonamigo, China, Flávio, Jurandir, Paulo Isidoro, Vilson Tadei
Atacantes: Baltazar, Héber, Odair, Plein, Renato Sá e Tarciso
Técnico: Ênio Andrade
Abaixo a foto do troféu do Brasileirão de 1981
7 comentários:
Ta chegandoooo
rsrs
xD
Abraços
Era um grande time e só não gostei desse troféu. Feio de mais!
O Gremio tinha um timaço naquele ano. E concordo com o Saulo, o troféu feio, mas o importante foi o título.
Abraço
Jeferson
No ano em que nasci o Grêmio começou a ganhar os titulos mais importantes do futebol, chega fiquei arrepiado aqui imaginando, quando voce citou a saida para o intervalo com a vitoria do São Paulo momentanea por 1x0 no primeiro jogo da final, eu estava na barriga da minha mãe com certeza com o sangue fervendo, ahuahauhauahuahu, putz cara, nosso Grêmio é assim cara, quando ninguem acredita é que ele mostra porque é o unico imortal, valeu WH, excelente post cara, abraço.
Saudações do Gremista Fanático
Ps: A só pra constar o correto é Não esta morto quem peleia, e não quem pelea, aahuahuahuahuahauhua.
Parabéns ao Grêmio, mas podemos passar para o ano seguinte...rsrs
SRN
Sempre gostei do Grêmio e esse título foi mais do que merecido!!
Abração parceiroo!! ótimo texto!!
eeeeee falaram do meu Grêmioooooooo!
hausahshuahusa
tava com saudade do blog :D fazia tempoo q nao acessava. Ganhei meu dia.
bjss
Postar um comentário